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A mostrar mensagens de abril, 2010

história da princesa desmaiada

(Para a Princesa Mariana, de quem tenho o privilégio de ser amiga) era uma vez uma princesa, muito jovem, muito bela, que vivia num reino distante, em que todos gostavam dela. mal acordava e descia, correndo a beijar seus pais, estes, logo, embevecia, por seu gracioso sorriso, e gestos angelicais. percorria os corredores, com tamanha alegria, que o castelo se agitava, e ninguém, por mais triste, escapava à sua vibrante energia. e pedreiros, sapateiros, lavadeiras, costureiras, camponeses, mercadores, novos, velhos, estrangeiros, gente pobre ou de dinheiros, enfermos e curandeiros, nobres, sábios e vilões, todos, sem haver excepções, ao vê-la se precipitavam, e logo uma fila formavam, cumprimentando a princesa. e ela a todos respondia, com tal graça e doçura, que em cada rosto acendia um sorriso de alegre ternura. ora era, porém, a princesa, demasiado sensível, e em face de um problema, uma dor ou aflição, por demais se comovia o seu frágil coração: das faces, o rubor perdia, e... desma

do tempo

Aprendo o tempo. Que não é saber contá-lo, Nem uma questão de métrica, Ou da sua relatividade. Aprendo o tempo por dentro. O tempo do pulsar - outro, do outro, que não eu. E são tantos, esses todos; são todos, menos eu. É verdade que às vezes me custa: Dá tanto trabalho, aprender o tempo… É preciso esperar, aprender a esperar, Que da espera, a paciência, é a maior ciência. É preciso gostar, aprender a gostar, De tudo o que não se espera: Que faltou, está a mais, veio cedo, diferente ou mudou. Só assim se acerta o passo, a compasso, Do presente tempo em que ora estou. E principalmente, É preciso estar, aprender a estar, Bem com o tempo, nosso e de cada um. E saber sopesar, No riso, suspiro, esgar, tremura, ânsia, vagar, As mesuras de tempo que a cada um convém tomar.