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A mostrar mensagens de maio, 2010

barco negro

(David Mourão-Ferreira) De manhã, que medo, que me achasses feia! Acordei, tremendo, deitada n'areia. Mas logo os teus olhos disseram que não, E o sol penetrou no meu coração. Vi depois, numa rocha, uma cruz, E o teu barco negro dançava na luz Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas Dizem as velhas da praia, que não voltas: São loucas! São loucas! Eu sei, meu amor, Que nem chegaste a partir, Pois tudo, em meu redor, Me diz qu'estás sempre comigo. No vento que lança areia nos vidros; Na água que canta, no fogo mortiço; No calor do leito, nos bancos vazios; Dentro do meu peito, estás sempre comigo. Eu sei, meu amor, Que nem chegaste a partir, Pois tudo, em meu redor, Me diz qu'estás sempre comigo.

minha querida irmã

minha querida irmã... ontem vagámos para lá das horas e em mim ficou este terno sentimento de te sentir por dentro a seres tu, tua e de ti - que grande orgulho, que grande alegria me dás!

A Ti, Mãe

O melhor de mim, O que mais alto em mim aspira, Foste, és e serás sempre Tu, Mãe. O teu amor, o teu carinho, a tua compreensão, Foram as pontes entre mim e o mundo, Que semeaste no meu coração. Passo a passo, dia após dia, Todo o teu tempo e dedicação, Foram sendo, em mim, a alegria, A força e a confiança, Para arriscar, sabendo perder, Para sonhar, sem limites ao ser, Para me dar e receber, Para aceitar, amar e sofrer. E sendo mãe, realizei tudo isto, Numa descoberta algo infantil De que tudo o que eu era, Tudo o que aprendera, Tudo o que me acontecera, Não o devia a mais ninguém, Senão a ti, Mãe. Foste tu que me ensinaste, A rir e a cantar, A vestir, a lavar, A ler, a escrever, a desenhar. A teu lado fiz Todas as minhas importantes descobertas. E por tua mão descobri, Pessoas, coisas, lugares, Que me ampliaram o mundo E a minha vontade de estar nele. Foste tu que em mim despertaste O amor à vida, à natureza, à humanidade e à arte. Foi a tua graça, elegância, alegria e eficácia, Em ca