Folha #8_pause
A coisa mais vil da paixão é quando acaba... Ou quando se formula o tal «acabou!» - porque necessariamente logo emerge o seu contrário... Fica-se a assistir de camarote a uma lenta execução, de vontade que pulsa, ainda, e que em latejo protesto definha, à míngua de razão ou destino... Não se sabe o que fazer... Não se quer (pode) fazer mais nada... Apenas ser corajoso e ficar, até ao último estertor. Que acontece em nós, dentro de nós, como uma implosão terrível, um engolianço de Golias, um enorme anti-natura - já que em essência somos vida, expansão, dádiva...
A vida proporciona-nos tantos encontros quanto desencontros, é tão frequente viver emoções quanto enterrá-las, nenhum sentimento se pega de princípio a fim, a meio já estamos a agir sobre ele, alterando-o inexoravelmente...
Obviamente que toda esta conversa tem personagens: eu e ele. Eu e ele, que estivémos em delicioso «play», agora estamos em constrangido «pause». Prevê-se um (ainda mais terrível) homicídio por negligência, confiado à tecnologia do tempo, em que o filme fará o seu «stop».
A vida proporciona-nos tantos encontros quanto desencontros, é tão frequente viver emoções quanto enterrá-las, nenhum sentimento se pega de princípio a fim, a meio já estamos a agir sobre ele, alterando-o inexoravelmente...
Obviamente que toda esta conversa tem personagens: eu e ele. Eu e ele, que estivémos em delicioso «play», agora estamos em constrangido «pause». Prevê-se um (ainda mais terrível) homicídio por negligência, confiado à tecnologia do tempo, em que o filme fará o seu «stop».
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