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No dia 5 do mês 5 do ano de dois mil e 5, 5ª Feira, marcava o Sporting o seu 5º golo, 5 médicas estagiárias comprimiam-se contra a parede enquanto a mãe fazia força pela 5ª vez com aquela certeza «é agora!».

A criança escorreu então para o mundo, amparada por 5 dedos de uma mão masculina, de um corpo que sorria mostrando 5 + 5 dentes. «É um rapaz!», bradou o doutor, e as 5 letras do género masculino encheram a sala de partos com 5 berros que significavam «respirar dói, tenho frio, tu não és o meu pai, tenho fome, quero a minha mãe!»

A mãe soergueu-se e reclinou-se 5 vezes na marquesa, cumprindo 5 ditosos misteres: «é ele e está tudo bem, preciso olhá-lo nos olhos, quero-o aqui no meu peito, levem-no ao pai, isto ainda não acabou».

Eram 5 da manhã quando mãe e filho adormeceram profundamente lado a lado, respirando a cada 5 segundos, sonhando com 5 feixes de luz a 5 km/h até que a morte os separe desta vida de 5 sentidos.

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