learning things
afinal a soja faz mesmo mal. e sustendo a respiração já se pode arrancar as urtigas sem um pico. olhar para cima lado esquerdo faz-nos lembrar algo esquecido. e para parar a água nada como uma vala de 50 cm em forma de serpente, em cujo cume devemos plantar comestíveis. os lagos ganham em vida própria sem manutenção de peixinhos, sapos e nenúfares. e atirar cascas de amendoim janela fora pode tornar-se a maior operação de alojamento de formigas por do outro lado estar uma turba verde. os tachos de alumínio são de trocar por de esmalte. e um cigarro enrolado sabe melhor por de lento apaziguar - além de ter menos químicos. uma gargalhada colectiva faz ruir de felicidade as contrárias teses que outorgam benefícios à solidão. uma poda mal feita é um jugo bestial à merecida beleza livre do ser mais altruista do planeta. a tília apanha-se em Maio/ Junho. e o amor que ficou nas entrelinhas faz corar uma mulher que há anos não corava. crouton em sopa de peixe é o último comentário antes do silêncio solene ao manjar dos deuses. e a dádiva da cozinheira fideliza-nos numa plenitude de entrega, doçura e magia. discutir o que cada um pensa sobre a criação põe-me num carreiro antigo a desaguar num campo de feno que em criança eu descía a rebolar e que agora contemplo com pisadas descalças no tudo, do solo ao sol, passando por sou. uma osga no quarto é garantia romântica de que um fiel, atento, cavaleiro rastejante nos velará o sono. e a chegada de um sábio que sorrindo nos diz «não sei» é motivo sério de aturada reflexão. o suspiro já saudoso dos nossos cúmplices entretece um padrão outonal para vestir a amizade. partir é ensaiar uma valente apanha de urtigas. e voltar à bocarra da urbe é sentir vergar um tempo grandioso ao som de melancolia.
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