uma certa doçura
2009 é um ano de quase: quase está acabado, mas ainda não. assim também eu andei (e ando, tenho andado) neste 2009, num quase de tanta coisa feito que juntando tudo, somado e subtraído e alongado e bem espremido, solta-se-me este quase, bem saboreado, um pouco sofrido. claro está que sim fez-se muita coisa, mas em toda esta azáfama, o crucial, o mais importante, foi um certo recontro...
estava eu empoleirada na subida íngreme de um alto objectivo cá meu, agarrada à corda, oscilando levemente, olhos fitos no cume a sonhar concluído, quando senti trespassar-me o peito uma pontada: poderia ser uma dor de esforço ou tão somente um galho bicudo; mas não, era uma pontada esquiva que feria ao de leve para que (um) eu a notasse e (dois) eu não me distraísse, rolando pela encosta daquele meu prometido. e foi isso tão certo e sabido que quando a notei - sem contudo me deixar distrair - a pontada esquiva desapareceu, dando primazia a um cheiro... um cheiro intuído lá longe, nos confins do reconhecimento de uma coisa muito minha, daquelas que a gente não sabe bem nem como nem porquê deixou de sentir colada à pele... era uma certa doçura que se fazia presente, iluminando coisas boas de outrora, envolvendo num suave calorzinho o meu coração já meio enregelado de altitudes... então realizei - fui realizando, ainda estou a realizar - o meu pedido para 2010: reencontrar na doçura o meu mar e nele desdobrar todos os meus "quases".
enquanto afrouxava com doçura a corda no arnês, fui realizando a densidade da minha natureza, mais ilha que cume, mais fundo que íngreme, mais a deslizar...
que em 2010 possa viver em todos nós... uma certa doçura!
estava eu empoleirada na subida íngreme de um alto objectivo cá meu, agarrada à corda, oscilando levemente, olhos fitos no cume a sonhar concluído, quando senti trespassar-me o peito uma pontada: poderia ser uma dor de esforço ou tão somente um galho bicudo; mas não, era uma pontada esquiva que feria ao de leve para que (um) eu a notasse e (dois) eu não me distraísse, rolando pela encosta daquele meu prometido. e foi isso tão certo e sabido que quando a notei - sem contudo me deixar distrair - a pontada esquiva desapareceu, dando primazia a um cheiro... um cheiro intuído lá longe, nos confins do reconhecimento de uma coisa muito minha, daquelas que a gente não sabe bem nem como nem porquê deixou de sentir colada à pele... era uma certa doçura que se fazia presente, iluminando coisas boas de outrora, envolvendo num suave calorzinho o meu coração já meio enregelado de altitudes... então realizei - fui realizando, ainda estou a realizar - o meu pedido para 2010: reencontrar na doçura o meu mar e nele desdobrar todos os meus "quases".
enquanto afrouxava com doçura a corda no arnês, fui realizando a densidade da minha natureza, mais ilha que cume, mais fundo que íngreme, mais a deslizar...
que em 2010 possa viver em todos nós... uma certa doçura!
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Bjs