mudança
ribombavam sonetos de boas vindas ao ano novo. o rio brilhava naquela sua quietude costumeira de engolir bazofo um cai mal imprevisto. fechei os olhos. na escuridão do meu universo interior deixei que se desenhasse uma palavra. uma palavra para o ano novo. «mudança». apareceu determinada, grossa, ligeiramente ascendente. sorri no universo. a palavra apagou-se. não posso dizer que a minha vida tem sido assim como a do rio. na verdade, em mudança me sinto eu constantemente. mas há algumas mudanças que são mais que outras. aquela palavra foi mais um pedido que um oráculo - reflecti. é o que quero. uma certa mudança. mas não sei se o mundo conspirará a favor. acho que é essa, fundamentalmente, a beleza da vida. toda a sua constante mutabilidade. toda a sua inexorável incerteza.
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