a minha tristeza
a minha tristeza não tem fundo e eu caio e caio e continuo a cair, muito só e muito triste e muitas lágrimas e o meu corpo treme e no seu tombar não há as mãos de quem para o agarrar.
a minha tristeza não tem tecto e o vento fustiga sem tréguas a casa onde se abriga a felicidade, estalando os sorrisos, soterrando as doçuras e fazendo ruir a alegria.
a minha tristeza não tem nome, razão, condição, é eterna e desmedida, infiltra-se por todo o lado e mata à passagem as incautas vontades de viver.
a minha tristeza é uma ferida aberta que me sangra devagar... eu olho para dentro e tenho medo e não avanço e tudo escuro e fico à espera de ouvir soar: «vai acabar»...
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