nada previa

e foi assim do género "tinha uma granada no quarto e resolvi tirar-lhe a cavilha..."

nunca pensei!...

(ele há coisas e momentos na vida de uma pessoa em que fica tudo muito estranho, muito diferente, muito vertiginoso... muito bom!)


nada previa, eu não previa, ninguém podia adivinhar
que aquela granada me fosse matar!

primeiro era uma enorme curiosidade
depois uma brincadeira
aos poucos foi ficando sério
importante
urgente
desmedido
foram saindo coisas, muitas coisas
enquanto a granada estremecia
e com ela o chão, o céu, o mar...

nada previa, eu não previa, ninguém podia adivinhar
que aquela granada me fosse matar!

o quarto ficou às avessas
a ordem ariana das coisas, despojada
a luz entrou e cegou cada sombra
ao redor uma névoa indistinta e marcada
aquele caos, aquela explosão,
fez-me renascer na minha imensidão.

nada previa, eu não previa, ninguém podia adivinhar
que aquela granada me fosse matar!

uma pequena bola
inflamando energia
que estava presa
que estava contida
e mal se viu livre
tudo tomou
e nenhuma coisa
na mesma ficou...

nada previa, eu não previa, ninguém podia adivinhar
que alguém voltaria a abrir em mim o mar!

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